No outro dia estava a estudar e, como sempre quando estudo, o meu pensamento voou. Voou para onde já não voava há algum tempo. Senti saudades. E a minha primeira reacção, reflexa, foi a de desviar o lápis para a margem do livro e começar a desenhar. Quando desenho, cinjo-me a figuras geométricas que se unem numa aparente abstracção. Estaria a desenhar a saudade?.. Logo a seguir pensei em escrever mas, em vez disso, peguei na guitarra e improvisei… A minha guitarra… ninguém parece perceber, pelo menos os meus amigos não músicos, que a minha guitarra não toca os êxitos mais recentes (nem tampouco os mais antigos) e se o fizer não é por vontade própria mas a custo. Detesto que me digam, quando entram na sala e vêem a minha guitarra em cima do sofá – está sempre lá à espera de mais um desabafo meu – “Então? Mostra lá o que sabes!” Detesto, Abomino, Odeio! A razão é porque quase consigo ver na minha guitarra uma entidade. Alguém e não algo. Chego até a sentir carinho por ela, tantas e tantas vezes me ajudou… quando precisei esteve sempre lá e, sabem que mais? Ouço dela as palavras mais sábias… As notas que lhe peço e ela me dá ressoam cá dentro (ou ela não estivesse encostada ao meu peito…) e transmitem um conforto interior indescritível, como um abraço, uma mão no ombro ou um beijo… Quando estou com a minha guitarra, entro num mundo só meu e mais ninguém está lá para além de nós. Eu e a minha guitarra. Sozinhos.
A arte é complexa. Seja a música, a escrita ou desenho, é um prolongamento de nós próprios… mais do que o reflexo da nossa alma, ela é a nossa alma. Gostava de perceber porque é que naquele momento senti necessidade de me expressar. Será que foi uma estratégia do meu cérebro para “expulsar” o sentimento tão bonito, mas por vezes tão doloroso, que é a saudade? “Cinge-te apenas ao que interessa, neste momento.” – disse ele, racional. Ou é uma forma de gratificação, uma compensação física por algum conflito interior ou mal-estar que não conseguimos resolver? Mas quando estou eufórico também me dá vontade de pegar na minha guitarra, na minha caneta ou no meu lápis! Porquê? E quando nos limitamos não a tocar, escrever ou desenhar mas a ouvir, ler ou observar? Também nos sentimos bem… Identificamo-nos… “Não somos os únicos a pensar ou a sentir assim!”… Ai….Porque é que faço tantas perguntas? Porque é que busco uma razão para tudo? Porquê? Porquê? Porquê? Porque é que repeti três vezes “Porquê”? Porque é que não me limito a relaxar e gozar aquilo que de melhor tenho: a guitarra, a caneta, o lápis… a Vida? Porquê? Não sei! E (espero que) ainda bem…
A arte é complexa. Seja a música, a escrita ou desenho, é um prolongamento de nós próprios… mais do que o reflexo da nossa alma, ela é a nossa alma. Gostava de perceber porque é que naquele momento senti necessidade de me expressar. Será que foi uma estratégia do meu cérebro para “expulsar” o sentimento tão bonito, mas por vezes tão doloroso, que é a saudade? “Cinge-te apenas ao que interessa, neste momento.” – disse ele, racional. Ou é uma forma de gratificação, uma compensação física por algum conflito interior ou mal-estar que não conseguimos resolver? Mas quando estou eufórico também me dá vontade de pegar na minha guitarra, na minha caneta ou no meu lápis! Porquê? E quando nos limitamos não a tocar, escrever ou desenhar mas a ouvir, ler ou observar? Também nos sentimos bem… Identificamo-nos… “Não somos os únicos a pensar ou a sentir assim!”… Ai….Porque é que faço tantas perguntas? Porque é que busco uma razão para tudo? Porquê? Porquê? Porquê? Porque é que repeti três vezes “Porquê”? Porque é que não me limito a relaxar e gozar aquilo que de melhor tenho: a guitarra, a caneta, o lápis… a Vida? Porquê? Não sei! E (espero que) ainda bem…
Sem comentários:
Enviar um comentário