domingo, 2 de maio de 2010

Ensaio sobre a existência

"Olá!"
"Olá..."

"Como te chamas?"
"Não te digo!"

"Porquê?"
"Não te conheço."

"Mas eu conheço-te bem"
"O quê? Como?"

"Ando seguir-te."
"Hãããã?! Seguir-me?"

"Não, claro, estava a brincar. Mas foi esta a forma que arranjei para ganhar tempo e pensar no que ia dizer a seguir"
"E então?"

"Então o quê?
"O que é que vais dizer agora?"

"Estou indeciso"
"Porquê?"

"Não sei bem o que dizer a alguém de quem nem o nome sei. Não falo com pessoas estranhas. :)"
"Sou a Z."

"Z??? Que raio de nome é esse?
"Oh foi o que o paspalho que está a escrever isto se lembrou. Sabe que está a escrever um blogue e que qualquer nome poderia levantar ondas."

"Ah.. ok compreendo. Espera... queres então dizer que não existes?
"Nem eu, nem tu."

"Pois... Então e agora?"
"Agora o quê?"

"Agora não me apetece fazer mais nada! Não existo!"
"És tão parvo! Não percebes a beleza disso?"

"Como assim?"
"Tu e eu existimos tantas vezes quantas esta nossa conversa for lida. E tu e eu somos completamente diferentes para cada um que nos ler apesar de, na essência, sermos apenas um conjunto de caracteres."

"Mas isso não é belo! Isso significa que a minha verdadeira identidade nunca será conhecida!"
"Não tens de te preocupar com isso."

"Mas é injusto! Porquê nós?"
"Oh... não percas o teu tempo com perguntas dessas. O texto está quase a acabar. O que me querias afinal?"

"Eehr... achei-te gira... queria conhecer-te."
"Porque não disseste logo? Agora o texto acabou!"

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